Atualmente, quase todos os países da Europa e muitos outros espalhados pelo mundo (Estados Unidos da América, Austrália, Brasil, África do Sul, entre outros) apostam na criação de estudos deste género para melhor perceber como cresce a sua população. Em Portugal, ao longo do século XX nunca foi possível estabelecer coortes, estruturas de investigação muito complexas, que exigem recursos humanos com elevado treino, uma máquina administrativa eficiente e financiamentos elevados. Finalmente, em 2005, foi possível reunir as condições imprescindíveis para lançar esse trabalho e assim nasceu a coorte Geração XXI.
O Departamento de Ciências da Saúde Pública e Forenses e Educação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, à semelhança de outros estudos por si implementados para seguimento de adultos e adolescentes, lançou-se neste grande desafio de avaliar e acompanhar o desenvolvimento de 8647 recém-nascidos. Trata-se de um estudo inovador, o primeiro deste tipo a ser realizado em Portugal, cuja criação teve por base o objetivo de identificar características da gravidez e da infância que se relacionem com o desenvolvimento e estado de saúde nas fases subsequentes da vida. Pretendemos, portanto, acompanhar a evolução de vários parâmetros de saúde (sociais, comportamentais, organizacionais, biológicos), no sentido de explorar novas hipóteses, novos problemas, que nos permitam compreender a influência do período pré-natal e dos primeiros anos de vida no desenvolvimento e na saúde durante a adolescência e a idade adulta.
É nosso objetivo avaliar de forma contínua o crescimento e a saúde das crianças portuguesas para que, no futuro, possamos estar na vanguarda do planeamento de estratégias de intervenção em saúde pública.